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A História é a ciência que estuda os seres humanos no tempo, assim, investiga a produção de orientação e sentido do agir humano em sua relação temporal. Compreender o presente pelo passado e o passado pelo presente é uma função que exige contato contínuo com a atualidade. Desta maneira, os profissionais ligados à História, por meio de um olhar crítico, são capazes de analisar as mudanças e permanências dos processos históricos e sociais. 

Este hábito de repensar constantemente os discursos, as práticas, os saberes e fazeres, e os processos históricos e sociais, levou os historiadores e as historiadoras a resignificarem seu próprio campo de atuação, definindo novas possibilidades, temas, abordagens etc, algo que ocorre com ímpeto cada vez mais decisivo, principalmente diante dos desafios impostos pelos anos iniciais deste novo século. 

É na Antiguidade e na Idade Média, por exemplo, que conceitos correntes em nossos dias foram forjados, discutidos e utilizados em discursos e na prática. Entre esses conceitos estão os de democracia, estado, ditadura, tirania, república, honra, traição e lei, para citar apenas alguns. Assim, os debates sobre estas construções, práticas e desdobramentos históricos da memória e das identidades, podem nos auxiliar, por meio da comparação com outras temporalidades, a compreender de forma mais aprofundada não somente como o passado tem sido imaginado, mas também de que maneira a apropriação da Antiguidade e do Medievo tem servido para delinear nacionalismos, imperialismos, justificar discursos políticos e sistematizar identidades e alteridades no tempo presente, ou seja nossos próprios problemas e inquietações. Afinal, as principais tendências historiográficas contemporâneas apontam que não são apenas os chamados fatos históricos que nos interessam, mas também como eles foram selecionados, definidos e apresentados sob forma de uma narrativa, o que envolve princípios estéticos, epistemológicos e éticos inerentes à operação historiográfica, o que possui relação com o passado, mas também com as demandas do tempo presente.

Considerando isto, o IV Encontro do GT de História Antiga e Medieval da ANPUH-SC tem como objetivo proporcionar um espaço de diálogo e comunicação para que os pesquisadores e as pesquisadoras do Estado de Santa Catarina e demais interessados (as) que trabalham com estas duas áreas específicas do conhecimento histórico possam se reunir e socializar os resultados de suas investigações, em andamento ou já finalizadas. Serão endereçadas, analisadas e debatidas, então, várias questões relacionadas com a produção de orientação e sentido dos seres humanos no tempo, com foco não somente nestas duas temporalidades históricas específicas, a Antiguidade e o Medievo, mas também como este passado Antigo e Medieval foi e tem sido usado para configurar identidades no presente.

 

Teremos a participação de inúmeros pesquisadores e pesquisadoras não somente de Santa Catarina, mas também de vários lugares do Brasil e da Argentina. Serão duas conferências, uma de abertura e outra de encerramento, minicursos, um workshop de arco e flecha medievais, várias mesas redondas e inúmeras comunicações orais de trabalho. As inscrições para apresentação de comunicações orais e a participação como ouvinte estão abertas e podem participar do evento pesquisadores e professores desde bolsistas de iniciação científica Ensino Médio (PIBIC/EM) até doutores, com pesquisas ainda em andamento ou já finalizadas, para discutir a temática "Cultura, Poder e Educação na Antiguidade e no Medievo", bem como seus desdobramentos.

O evento ocorre entre os dias 15 e 18 de Outubro de 2019, na FURB - Universidade de Blumenau, Campus 1, Santa Catarina, Brasil.

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