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Dia 15 (Terça-Feira) - Auditório da Biblioteca

 Conferência de Abertura com a Profa. Dra. Ana Teresa Marques Gonçalves - UFG

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Título: "O Imperador Africano: Lúcio Septímio Severo e a Reconstrução de Leptis Magna"

Resumo: Membro de uma família africana de relevo, a gens Septímia, Lúcio tornou-se Imperador de Roma em 193 d.C., após guerras civis e batalhas externas. Sua acensão ao mais elevado cargo público romano permitiu que ele promovesse amplas reformas na sua cidade natal, Leptis Magna. Nosso objetivo é refletir sobre a relação entre ascensão ao imperium, culto aos antepassados e reformas urbanísticas no norte da África a partir de algumas novas descobertas arqueológicas na Líbia.
 

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Dia 18 (Sexta-Feira) - Auditório da Biblioteca  

Conferência de Encerramento com o Prof. Dr. Marcelo Cândido da Silva - USP

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Título: Quem eram os bárbaros?

Resumo: O termo “bárbaro” surgiu na Grécia, por volta do século VI a.C., e servia para designar, inicialmente, aqueles que não falavam a língua grega. Após as Guerras Médicas, no século V a.C., e mais ainda durante o Império Romano, o termo deu origem à noção de “barbárie", entendida como sinônimo de violência, de desordem e o oposto da civilização greco-romana. De um ponto de vista histórico e sociológico, os historiadores do século XIX e da primeira metade do século XX definiram os bárbaros como os povos que, ao longo dos séculos IV-VI, destruíram o Império Romano do Ocidente e, em seu lugar, estabeleceram diversos reinos fundados no direito de conquista e no poder pessoal dos seus soberanos. Essa visão mudou radicalmente ao longo das últimas décadas. Arqueólogos e historiadores mostraram que os bárbaros não conquistaram o Império, mas se assimilaram intensamente à sociedade romana, de forma que, de um ponto de vista arqueológico, é muito difícil distingui-los dos romanos, especialmente a partir do século VI. Esta apresentação pretende abordar a história dessa integração - para a qual contribuíram o cristianismo e a atração exercida pelas tradições e instituições romanas - e também tentar definir quem eram, afinal, esses grupos que as fontes da Antiguidade Tardia designam como “bárbaros".

Palestrantes:

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Prof. Dr. Rafael da Costa Campos - Unipampa

Título: As correspondências imperiais entre Princeps e Senado durante o governo de Tibério César Augusto


Resumo: Esta apresentação busca apresentar considerações iniciais a respeito da pesquisa de pós-doutorado que visa compreender a dinâmica de interacões políticas entre o Princeps Tibério César Augusto (14 – 37 D.C.) e o Senado na Cidade de Roma durante seu Principado mediante a análise das correspondências trocadas entre o soberano e os membros desta instituicão durante os períodos em que Tibério se afastou da capital do Império. A importância desse estudo reside em alguns fatores inerentes ao próprio sistema político inaugurado pelo antecessor de Tibério, Augusto. Em primeiro lugar, a complexidade da transformacão dos ideais, valores e elementos institucionais da organizacão aristocrática senatorial do período republicano e remanescentes durante o início do Principado. Em segundo lugar, as dificuldades de definição dos limites de atuação de um soberano que, embora ainda endossasse o prestígio dos senadores e se proclamasse par político representava de fato a autoridade executiva e o referencial político e religioso da sociedade romana. Por último, as trocas de correspondências entre Princeps e o Senado neste contexto reforçam os aspectos supracitados e estão relacionados a um fenômeno político peculiar ao governo de Tibério: seu afastamento definitivo da Cidade de Roma para a ilha de Capri no ano de 26 D.C., de onde governou o Império até sua morte em 37 d.C.

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Prof. Dr. Rodrigo Diaz de Vivar y Soler - FURB 

Título: Caça às Bruxas e mortificação no Malleus Malificarum: loucura e produção de subjetividade.


Resumo: Nossa apresentação procura pensar a experiência histórica do Malleus Maleficarum correlativo às ideias psicológicas. Enquanto manual de identificação de bruxas, esse importante livro, escrito no século XVI, acaba por ser um instigante documento para pensarmos a produção histórica da loucura, seu enclausuramento e sua exclusão.

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Profa. Dra. Janira Feliciano Pohlmann - Pós-doutoranda em História (UNESP-Franca) e Bolsista FAPESP e FAPESP/BEPE.

Título: Símaco e um lugar para a eloquência sob o governo do imperador Graciano (367-383 d.C.)


Resumo: Algumas políticas imperiais do século IV d.C. impulsionaram a carreira de gramáticos e retóricos e forneceram visibilidade pública aos indivíduos habilidosos nestas disciplinas. Atrelada à retorica, a eloquência reconquistou seu espaço nos tribunais romanos por meio de um edito promulgado pelos imperadores Valentiniano I e Graciano. Tal constituição não foi conservada, porém é possível observar a proteção oferecida à eloquência por parte de Graciano a partir dos registros feitos pelo orador e senador Quinto Aurélio Símaco Eusébio em suas Epístolas e Discursos. Em tempos de guerras contra tribos estrangeiras e inimigos internos, como a eloquência teria sustentado o poder de império de Graciano? Esta é a questão que moveu as análises apresentadas neste trabalho.

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Prof. Dr. Otávio Luiz Vieira Pinto - UFPR- Doutor em História pela Universidade de Leeds, Inglaterra. 

Título: Na presença do grande mago: Educação, Cultura escrita e Poder na Pérsia Sassânida

 

Resumo: Entre os séculos III e VII de nossa Era, a Eurásia foi marcada pela forte presença do Império Persa, comandado pela dinastia sassânida. Herdeiros distantes do poder de Ciro II e dos persas aquemênidas – que dominaram todo o Oriente Próximo na Antiguidade –, os sassânidas criaram uma estrutura de poder baseada na proximidade entre política e religião, fazendo com que a fé oficial da Pérsia, o zoroastrismo, tivesse importância fundamental para o período. Encabeçando a “igreja zoroastrista” estavam os magos, altos-clérigos que detinham não apenas poderes religiosos, mas também administrativos, econômicos e educativos: as escolas, chamadas de Frahangestān, eram de responsabilidade zoroastrista, o que gerou uma cultura escrita baseada nas tradições religiosas, sendo, portanto, prerrogativa dos magos. Esta fala pretende explorar o papel dos magos enquanto ordenadores da formação cultural e política na Pérsia tardo-antiga, atentando especialmente para o Pahlavi, o sistema de escrita sassânida dominado pelos clérigos zoroastristas – e pelo qual eles exerciam sua influência e seu poder.

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Prof. Dr. Edson Arantes Júnior - UEG.

Título: Os oráculos e a guerra: as derrotas romanas de Sedatio Severiano contra os Partos e de Marco Aurélio contra os Quados e Marcomanos  
 

No texto Alexandre ou o Falso Profeta, Luciano de Samósata (séc. II d.c) narra a fundação do Santuário de Glycon em Abonoteico, uma vila na província romana da Bitinia  e Ponto. O escritor sírio descreve Alexandre, um sacerdote e fundador desse novo culto, como charlatão. Esse culto teve ressonância regional. A fama desse falso profeta teria chegado a capital do Império Romano, sendo procurado por homens importantes de Roma, inclusive pelo próprio Imperador Marco Aurélio. Para compor a imagem de um trapaceiro, Luciano relata a emissão de dois oráculos autófonos no Santuário de Glycon de  Abonoteico que se vinculam a atividades militares referentes a campanha de Severiano na Armênia (Luc. Alex. 27) e o segundo sobre a derrota de Marco Aurélio contra os Quados e Marcomanos (Luc. Alex. 48) o chamado “oráculo dos leões”. Os dois casos terminam ambos em derrotas, para construir a imagem do risível de Alexandre de Abonoteico. Entretanto, a criação e consolidação do santuário de Glycon é emblemático de um novo momento na cosmovisão religiosa do Império romano, no qual os homens divinos ganham cada dia mais notoriedade. Analisaremos as relações entre religião e guerra a partir do oraculo dos leões, que se relaciona com a cena XIII da Coluna Aureliana em Roma (desaparecida por causa da erosão, mas foi conservada em um desenho do século XVII). Assim, nossa apresentação discutira a construção de imagens sob a ótica satírica de Luciano, a recepção romana dessa manifestação cultural, suas interfaces com as atividades bélicas e a porosidade com que nossas fontes guardam as informações do passado.

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Prof. Dr. Leandro Mendonça Barbosa - Universidade Católica Dom Bosco - MS.

Título: Pandora e a concepção cultural do feminino na Grécia Antiga: Interfaces entre o Humano e o Divino.
 

Resumo: Quando nos referimos a questão das mulheres na sociedade helênica, enfrentamos muitos caminhos diferentes que nos levam a parâmetros ora complementares, ora dissonantes. Neste trabalho proporemos um estudo de caso de eventos religiosos gregos - tanto em documentos textuais quanto em iconográficos - relacionados com Pandora, a primeira mulher mortal criada pelas mãos dos deuses. Vamos propor uma reflexão sobre o conceito e a imagem dessa divindade, pois a análise das fontes pode, em alguns aspectos, refletir o ideal ocidental da figura feminina no âmbito cultural.

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Prof. Dr. Renato Viana Boy - UFFS, Chapecó. 

Título: Conexões no Mediterrâneo tardo-antigo: um estudo político a partir da historiografia
 

Resumo: A pesquisa em História exige que o pesquisador faça recortes para tornar seu trabalho viável. É necessário definir balizas cronológicas, geográficas, temáticas, documentais e bibliográficas. Entretanto, neste trabalho, propomos uma discussão que relativize duas balizas tradicionais da historiografia: uma geográfica, que separa o Ocidente e o Oriente medievais, e outra cronológica, na separação entre a Antiguidade e o Medievo. A proposta é buscar perceber as aproximações diplomáticas e militares existentes no Mediterrâneo tardo-antigo, entre o Império Bizantino e governos mediterrânicos dos séculos V e VI, sem nos prendermos aos tradicionais recortes geográficos que separam o Ocidente do Oriente e os cronológicos que dividem a antiguidade do medievo. Ao contrário, buscaremos as conexões entre dois mundos tradicionalmente tratados como distintos. A historiografia produzida do período nos servirá de fontes para nossas reflexões, com foco em Procópio de Cesareia e Jordanes.

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Profa. Dra. Renata Cristina de Sousa Nascimento - UFG, Jataí; UEG e PUC, Goiás.

Título: Santidades Ibéricas: Entre o Sagrado e o Profano


Resumo: Nesta comunicação temos por objetivo apresentar elementos que contribuíram para a construção da noção de Ibéria Sagrada. Partindo das aproximações entre sagrado/ profano, a mitificação deste espaço é resultado da presença e inventio de relíquias dos santos, e de objetos relacionados à história cristã. No contexto medieval os vestígios sagrados serviram como fator de atração, e de valorização de reinos e cidades. As relíquias são evocadas como produtoras de memória, que validam um passado de excepcionalidade, solidificando os lugares santos e os personagens memoráveis que constituem a identidade da região.

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Profa. Dra. Juliana de Mello Moraes - FURB 

Título: A Inquisição portuguesa entre os séculos XV e XVI: historiografia e fontes
 

Resumo: A historiografia dedicada ao estudo da Inquisição portuguesa avançou e se desenvolveu enormemente nas últimas décadas ao incorporadas as mutações mais amplas da área. Desse modo, novos temas, abordagens e problemas determinaram a transformação nas análises sobre a instituição, as quais incluem temas tão diversos quanto o estudo de seu funcionamento ou dos bens pertencentes aos acusados pela inquisição. Essa variedade de temáticas é favorecida pelas características das fontes produzidas pelo tribunal inquisitorial, bem como pela disponibilização desses documentos no website do Arquivo da Torre do Tombo. Portanto, avaliar a produção historiográfica recente e as fontes para o estudo da Inquisição no império português é o objetivo dessa comunicação.

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Profa. Dra. Maria Thereza David João - Uninter e Colégio Suíço-Brasileiro de Curitiba

Título: Weni, Qar e Harkhuf: problematizações sobre o final do Reino Antigo (2686 a 2160 a.C.) a partir de três autobiografias egípcias 


Resumo: As causas que levaram ao fim do Reino Antigo (2686 a 2160 a.C.) e ao advento do Primeiro Período Intermediário (2160-2055 a.C.) no Antigo Egito são alvo de debates permanentes no campo da Egiptologia. Isso se deve a uma relativa escassez de fontes referentes ao período em questão e à força de interpretações cristalizadas – e, portanto, raramente contestadas - que concebiam o Primeiro Período Intermediário como um momento de profundo caos decorrente do enfraquecimento da monarquia. Tal processo teria sido, de acordo com essa visão, causado pelo excesso de independência de funcionários provinciais conhecidos como nomarcas. Partindo dessas considerações, o presente trabalho tem, como objetivos, o que segue: 1) desmistificar a ideia de Primeiro Período Intermediário como “idade das trevas”; 2) apresentar uma possibilidade de definição de Estado aplicável à realidade do Antigo Egito; 3) analisar as relações entre elites locais e elites centrais no final do III milênio a.C.  A hipótese que norteia essa análise é a de que os funcionários provinciais dependiam do Estado egípcio (tanto quanto este dependia daqueles) para a manutenção de sua posição privilegiada mostrando, portanto, que as tradicionais explicações sobre o fim do Reino Antigo encontram-se equivocadas. Para tanto, selecionou-se um recorte de análise, que partirá da investigação de três autobiografias pertencentes a altos dignitários atuantes durante a sexta dinastia: Weni, Qar e Harkhuf.

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Prof. Dr. Alex Degan - UFSC

Título: Josefo, cidadão de Roma.
 

Resumo: Flávio Josefo, sacerdote e historiador, escreveu suas obras em Roma durante a segunda metade do século I d.C. Textos fundamentais para os estudos do Judaísmo na Antiguidade, seus escritos também nos possibilitam investigar as Diásporas no Mediterrâneo romano. O objetivo desta comunicação é propor algumas hipóteses sobre a vida de Josefo na corte Flaviana e dentro da comunidade judaica romana.

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Prof. Dr. Fabio Augusto Morales - UFSC

Título: Houve um mundo helenístico? 

Resumo: Esta palestra procura discutir o problema da unidade e diversidade do chamado "mundo helenístico", levando em consideração a recente bibliografia sobre a história do Mediterrâneo e do Oriente Próximo. Divide-se em duas partes: a primeira, centrada na crítica dos paradigmas centrados na helenidade, definida de diversas maneiras; a segunda, voltada para a proposição de um modelo de base espacial e sistêmica para compreender a sobreposição e articulação de diferentes "mundos" no período.

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Prof. Dr. Renan Frighetto - UFPR

Título: O desterro e o exílio como mobilidades forçadas na Antiguidade Tardia Hispana (séculos VI- VII)

Resumo:A comunicação integrará a mesa redonda que debaterá a contribuição do Núcleo de Estudos Mediterrâneos - NEMED - da UFPR aos estudos antigos e medievais no Brasil.

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Profa. Dra. Fátima Regina Fernandes - UFPR

Título: A legitimidade régia na segunda metade do século XIV

Resumo:A comunicação integrará a mesa redonda que debaterá a contribuição do Núcleo de Estudos Mediterrâneos - NEMED - da UFPR aos estudos antigos e medievais no Brasil.

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Profa. Dra. Marcella Lopes Guimarães - UFPR

Título: A biografia medieval: um projeto entre prosa e poesia

Resumo:A comunicação integrará a mesa redonda que debaterá a contribuição do Núcleo de Estudos Mediterrâneos - NEMED - da UFPR aos estudos antigos e medievais no Brasil.

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Prof. Me. Ivan Vieira Neto - PUC/GO

Título: Helena de Esparta na Ilíada e na Odisseia: a personagem homérica entre encanto e catástrofe

Resumo: Ao longo dos épicos homéricos percebemos um tratamento especial conferido à personagem Helena de Esparta. Para além de ser comparada às deusas imortais, faz-se notável a ambiguidade desta figura que ora é louvada por sua incrível beleza, ora responsabilizada pelas mazelas que arrastaram gregos e troianos para a guerra. Helena é delineada por Homero como uma contradição, mas não se restringindo à ideia de um “belo mal” (καλὸν κακόν), como na descrição de Pandora por Hesíodo. Censurada pelos gregos, desculpada pelos troianos, temida pelas mulheres de Troia, Helena se constrói como uma personagem singular por seus encantos e mistérios, inclusive, porque às vezes rivaliza com o próprio poeta, seja tecendo uma tapeçaria que narra os eventos da guerra que se desvela por sua causa, seja como narradora, quando apresenta ao rei Príamo sua própria versão do Catálogo das Naus homérico (nomeando os líderes entre os aqueus) ou relata seu último encontro com Odisseu a um desolado Telêmaco que busca notícias sobre o paradeiro paterno. Aqui e ali, suas ações e palavras se desvelam com ambiguidade e são recebidas com desconfiança, pois ocultam seus pensamentos, suas intenções e, talvez, sua culpa.

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Profa. Dra. Terezinha Oliveira - UEM

Título: Universidade e Política no Século XIII: Os Mendicantes em cena

Resumo: O objetivo desta exposição é evidenciar o debate estabelecido na Universidade de Paris,nos anos de 1250 a 1256, entre os mestres mendicantes e os mestres seculares, acerca do ‘direito’ dos primeiros ocuparem cadeiras na Universidade. Nossa reflexão tomará, como eixo central para a análise do embate, três Cartas, do rei São Luís, contidas no Chartularium Universitates Parisiensis, que explicitam quão importante eram, para o reino da França, os professores da Universidade.

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Prof. Dr. Dominique Santos - FURB - Universidade de Blumenau

Título: Intercâmbios e conexões entre a Britannia e a Hibernia na antiguidade tardia: Evidências a partir das Ogham Stones Bilíngues/Biliterais

Resumo: A Hibernia, nome latino da Irlanda, jamais foi anexada como prouincia ao Império Romano. Na primeira metade do século XX, principalmente entre os anos que se suscederam a 1916, por questões políticas e ardor nacionalista, esta foi uma questão importante na imaginação de um passado irlandês ideal, com pouco ou nenhum vínculo com roma, interpretação que continuou tendo força nas décadas subsequentes. Atualmente, no entanto, a historiografia irlandesa tem olhado para as evidências de interações culturais, sociais e econômicas através do Mar da Irlanda de uma maneira diferente, admitindo um maior intercâmbio entre as culturas irlandesa e romana. Apesar disso, um dos raciocínios mais frequentes nesta historiografia ainda é o de que a história da Irlanda propriamente dita começa no século V, quando São Patrício escreveu os dois únicos textos que restaram daquele período, a Confessio e a Epistola ad Milites Corotici. Isto faz com que a maior parte das obras de História produzidas na Irlanda acabe relegando o estudo das Ogham Stones, inscrições em pedra contendo as primeiras grafias da língua irlandesa antiga, a um segundo plano. Um debate mais pormenorizado sobre este corpus documental, por exemplo, só está disponível em obras específicas sobre o tema ou escritas por autores de outras áreas, sobretudo da Linguística e dos Estudos Célticos. Assim sendo, sem deixar de dialogar com o que vem sendo produzido por estas outras disciplinas, também é preciso compreender a temática a partir de um ponto de vista historiográfico, principalmente sem hierarquizar a Epigrafia à Tradição Textual. Levando isto em consideração, analisamos as Ogham Stones bilíngues da Hibernia e da Britannia Romana de modo a colaborar para o aprofundamento da compreensão dos intercâmbios e conexões através do Mar da Irlanda na Antiguidade Tardia, repensando a forma como a História da Irlanda tem sido escrita, o que possibilita uma tentativa de evitar perspectivas romanizadoras ou celtico-centradas.

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Nadia Mariana Consiglieri - Facultad de Filosofía y Letras, Universidad de Buenos Aires – École Pratique des Hautes Études- CONICET.

Título: Herramientas visuales para la lectio. Los dragones en letras capitales de manuscritos hispanos plenomedievales (siglo XII y primera mitad del XIII).

Resumen: Durante el siglo XII y la primera mitad del XIII, la imagen draconiana alcanzó un importante auge en la iluminación de manuscritos monásticos ibéricos. En diferentes tipologías codicológicas (biblias, martirologios, misales, Beatos, leccionarios, entre otros), hallamos una exacerbación de las formas draconianas en el aparato paratextual de los libros. Las letras capitales comenzaron a incorporar de manera creciente criaturas draconianas, muchas veces combinadas con otros animales, bestias y seres fantásticos. Asimismo, la imagen de los dragones experimentó cambios graduales en sus características plásticas en total sintonía con el denominado Estilo 1200 procedente de Francia e Inglaterra. Las formas corporales cada vez más alargadas, estilizadas y complejas; la representación minuciosa de la textura de escamas y pieles rugosas; la incorporación de alas y colas progresivamente más extensas constituyen rasgos acordes a estos cambios en los modos de representación que se estaban viviendo a nivel internacional, entre un marcado bizantinismo y el pasaje gradual del románico al gótico temprano. En la presente comunicación propongo analizar y reflexionar sobre este fenómeno en torno a la forma draconiana en diversos ejemplos de manuscritos hispanos de ese periodo, atendiendo no sólo a los cambios formales y materiales, sino también a sus usos y funciones en las letras de estos libros.

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Profa. Dra. Aline Dias da Silveira - UFSC

Globalidades do Medievo: problematização de um conceito

Resumo: Nos últimos anos, na historiografia brasileira, tem-se escutado, cada vez mais, propostas de perspectivas de História Global, acompanhando a corrente mundial que surgiu há décadas e já assumiu diversos contornos. Se procurarmos compreender as diferentes obras que tratam sobre o tema, chegamos à conclusão que a História Global é múltipla, ou seja, uma das características de sua globalidade é a de abrigar conexões diversas em sua constituição. Neste trabalho, não farei um inventário bibliográfico ou metodológico sobre História Global, mas trarei algumas reflexões sobre o conceito de globalidade por uma perspectiva fenomenológica, a transcender especificidades disciplinares e utilizar exemplos do mundo que convencionamos chamar de medieval.

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Janaína de Fátima Zdebskyi, Doutoranda, bolsista CAPES -  UFSC

A descida de IŠTAR ao submundo:O entrelaçamento entre o mundo dos vivos e mundo dos mortos na cultura mesopotâmica.

Nas fontes que nos foram deixadas pelos diferentes povos que habitaram a Antiga Mesopotâmia podemos perceber diversos entrelaçamentos: entre a magia e a vida cotidiana, o mundo dos humanos e o mundo dos deuses e entre o mundo dos vivos e o mundo dos mortos, ou submundo. Esses aspectos podem ser percebidos tanto nas narrativas mitológicas, quanto em outras fontes, como conjuros mágicos e registros de rituais necromânticos. Nesse sentido, a presente comunicação tem por objetivo trazer essas fontes para discussão, abordando a relação que as pessoas vivas tinham com os mortos e com a morte, por meio da análise de dois ritos necromânticos com o intuito de proteção, provavelmente babilônicos, e também de um trecho do poema assírio “Ao Kurnugu, Terra sem Retorno: Descida de Ishtar ao mundo dos mortos, cujo título em acádio é “Ana Kurnugê, qaqqari la târi”: Ao Kurnugu, terra sem retorno”, o qual foi traduzido para o português pelo professor Jacyntho Lins Brandão, com publicação em 2019.

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Profa. Dra. Denise da Silva Menezes do Nascimento - UFJF

Pensar o Medievo a partir da História vista de baixo: possibilidades de diálogos.

Resumo: o âmbito do ensino de História, seja a aula ministrada por docentes da educação Básica seja a do cotidiano que forma professores, devemos reforçar o papel da narrativa histórica na construção de um instrumental que permita perceber ações e acontecimentos que contribuem para romper (ou manter) a ordem vigente no período analisado. Nesse entrecruzamento de interesses, quais conceitos e perspectivas historiográficas devem nortear o ensino de História Medieval? Para responder tal pergunta, mais do que mudar/acrescentar conteúdos, é mister a incorporação de saberes já discutidos e consolidados e nesse sentido, destacamos a importância da História vista de Baixo no questionamento de uma visão unívoca do conhecimento histórico. Compreender como determinados valores se encaixam no sistema social geral e quais elementos se somaram ou foram suprimidos para a manutenção ou mudança de uma dada estrutura social. Tal entendimento evidencia a importância de nos debruçarmos sobre os movimentos de contestação da ordem estabelecida, seja através da literatura, seja por meio das “revoltas populares” ou ainda a partir de movimentos de cunho religioso que questionavam o poderia moral, político e cultural do clero. Os alunos precisam se ver como sujeitos e devem vislumbrar a possibilidade de atuar de maneira a mudar os rumos da História vivida e escrita.

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